sábado, 14 de maio de 2011

Maria Gadú sobre a união estável homoafetiva: ‘Pelo menos ninguém vai me encher o saco’

Caetano Veloso e Maria GadúMaria Gadú e Caetano Veloso se encontraram com a imprensa nesta quinta-feira para falar sobre o novo projeto da dupla, o CD e DVD "Multishow ao vivo - Caetano e Maria Gadú". Papo vai, papo vem, conversaram sobre a legalização da União Estável homoafetiva no Brasil. Caetano poupou palavras e foi breve: “Eu sou favorável a essa decisão”.

Após gargalhar depois da resposta dada pelo amigo, Gadú, que já assumiu ter romances com outras mulheres, se posicionou: “Essa parada de ficar levantando bandeira gay ou hetero ou qualquer outro tipo de termo sobre sentimentalismo não é muito a minha cara, não me interessa dessa forma. O que me interessa são as relações, e não quais são. Se as pessoas precisam disso para terem mais oportunidade, para se unirem, dividirem coisas, acho maravilhoso que ela exista, para dar mais conforto para a relação. E, se eu tiver essa vontade, pelo menos ninguém vai me encher o saco”.

fonte: Extra Online

Ayres Britto elogia padre Gilvander por sua defesa da união homoafetiva

Ministro Ayres BrittoRelator do processo que reconheceu a união estável de casais gays, o ministro Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), elogiou a coragem do padre mineiro Gilvander Moreira, da Ordem dos Carmelitas, em falar sobre o tema polêmico. O padre enalteceu a decisão do STF, defendeu a constituição de famílias homossexuais e afirmou que parte da sociedade é preconceituosa, intolerante, hipócrita e cínica. Ayres Britto considerou a postura de Gilvander atual e moderna:

- Quanto ao conteúdo humano, contemporâneo e mentalmente arejado da opinião do padre, só tenho que me congratular com ele e parabenizá-lo pela coragem e lucidez.

Entre os ministros do STF, há uma preocupação em tirar da decisão do tribunal qualquer conotação religiosa e até humanística, classificando-a como técnica e constitucional. A decisão, segundo Ayres Britto, seguiu preceitos técnicos:

- O Supremo fugiu de uma interpretação meramente literal. E o fez pela unanimidade de seus membros. Até porque a interpretação meramente literal é muitas vezes o modo mais eficaz de tornar a Constituição ineficaz.

O ministro Marco Aurélio reconheceu que a manifestação do padre pode ampliar ainda mais a discussão sobre o tema:

- É uma voz que parte do segmento religioso. Portanto, não deixa de ter uma ressonância muito grande.

Há receio de que carmelita sofra sanções da Igreja
O posicionamento do padre da Ordem dos Carmelitas foi festejado por representantes da comunidade gay e até por setores ligados ao catolicismo no país. Para todos, Gilvander teve coragem ao enfrentar a Igreja, mostrando coerência com o que pregam as doutrinas cristãs. Ao mesmo tempo, a avaliação é que, infelizmente, Gilvander deverá sofrer sanções que podem inibir outros religiosos progressistas de se manifestar publicamente sobre questões polêmicas.

O ativista Beto de Jesus, do Instituto Edson Neris, que trata de assuntos ligados aos homossexuais, disse que aplaude de pé as declarações:

- Tiro o chapéu e aplaudo de pé porque ele teve compromisso não apenas com as estruturas hierárquicas da Igreja, mas com o Evangelho.

Segundo Jesus, são muitos os padres, freiras, pastores e outros envolvidos com a Igreja, católica ou não, a favor do movimento gay. Ele lamentou as sanções que provavelmente Gilvander receberá da Igreja.

- Existem milhões de exemplos de quanto a igreja errou em diversos assuntos, com represálias e perseguições contra pessoas que se manifestaram contra a hierarquia. Ele (Gilvander) deve sofrer sanções, mas mostrou a gays e lésbicas católicos que há vozes dissonantes na igreja.

Para uma das coordenadoras do Grupo de Católicas pelo Direito de Decidir, Valéria Melki Busin, a posição do padre mostra que há posicionamentos individuais que confrontam a “ditadura religiosa”.

- Ser católico não é ser como o Papa, porque há várias doutrinas católicas. O catolicismo não é essa coisa monolítica como muitos pensam - diz ela, para quem a manifestação pública do padre Gilvander é também excepcional. Assim como Jesus, Valéria também acredita que sanções deverão ser aplicadas a ele.

O presidente da ONG Casarão Brasil, Douglas Drumond, também considerou inaceitáveis alguns dogmas impostos pela Igreja, os quais, diz ele, ferem princípios do Evangelho: - A Igreja precisa abrir espaço para todos os tipos de pensamento, é isso que ajuda a fazer uma sociedade mais justa e democrática.

fonte: Extra Online

'Palmas também para Silvio Santos', diz Aguinaldo Silva sobre beijo gay

Foi um beijaço digno de novelão e que entrou para a história da TV. E ele não foi exibido pela Globo, que já gravou mas não veiculou. A tão aguardada cena do primeiro beijo homossexual em um folhetim brasileiro, exibida em ‘Amor e Revolução’, no SBT, na quinta-feira, foi protagonizada por Luciana Vendramini e Giselle Tigre e deu o que falar.

Foram intensos 28 segundos de intimidade entre as personagens Marcela (Luciana) e Marina (Giselle). Imediatamente após a exibição, começou o auê nas redes sociais. A ousadia do autor Tiago Santiago elevou os índices de audiência da trama, que marcou 6 pontos de média com pico de 9. “A maioria dos comentários foi muito positiva. A novela foi um dos assuntos mais comentados no Twitter e o beijo continua sendo muito veiculado pela Internet”, festeja Tiago.

Para ele, um beijo entre duas mulheres “causa menos rejeição ao público conservador, principalmente masculino”. Já os homens gays sofrem mais preconceito. “Eles têm sido mais atingidos, sim, pela violência e pela homofobia”, frisa o autor.

Presidente do Grupo de Conscientização Homossexual Arco-Íris, Julio Moreira elogiou a sequência: “Foi um beijo quente e revolucionário”, sentenciou.

Satisfeita por ser uma das atrizes responsáveis por quebrar um tabu na ficção televisiva, Luciana Vendramini garante que não ficou constrangida em beijar a colega na boca.

Ela confessa, no entanto, que bateu uma ansiedade. “Quando recebemos o texto, fiquei um pouco travada. Mas na hora de gravar, foi muito rápido. Dois takes. Primeiro fizemos a marcação de posição na cena, dos gestos, das trocas de carinho, sem nos beijar. Depois, gravamos o beijo. Aí ficou uma borração de batom só. Repetimos o beijo para valer e ficamos tranquilas”, conta Luciana, que combinou uma tática com Giselle para que elas ficassem mais relaxadas.

“Sugeri imaginarmos que havia um cara bem gato na nossa frente. E aí tudo fluiu. O tabu foi quebrado de maneira respeitosa”, defende a atriz, que garante ser hetero.

Para Giselle, já estava mais do que na hora de uma cena de amor entre um casal gay ir ao ar na TV aberta. “Acho que a novela está mais que atual em levantar esse assunto. Além da ditadura, esse é mais um tabu a ser discutido. Não sobre os gays em si, mas sobre cada pessoa poder ser o que é. É preciso mais tolerância de uns com os outros”, comenta a atriz, casada há oito anos com o artista plástico Marcelo Gemmal, e mãe de Maria, de 5 anos.

‘Palmas para Silvio’
aguinaldo silvaPor meio de seu blog, o autor Aguinaldo Silva parabenizou o colega Tiago Santiago. “Eu já tentei algumas vezes e sempre levei os maiores passa-foras, já desisti há muito e decretei: beijo gay agora só se for na minha casa. Palmas também para Silvio Santos, que deve ter visto a cena, soltado um ho-ho-ho daqueles e decretado: libera!”.

Em ‘Senhora do Destino’, de 2005, escrita por Aguinaldo, Bárbara Borges formou casal gay com Mylla Christie. Elas moravam juntas na trama, mas o beijo nunca rolou. “Jennifer e Eleonora tiveram muitas cenas em que se cumprimentavam com beijo ‘selinho’. Ao meu ver, foi um grande passo na história da teledramaturgia. As duas acabaram juntas e com um filho adotivo”, lembra Bárbara.

Em ‘Torre de Babel, de 1998, ganhou destaque a rejeição provocada pelo casal Rafaela (Christiane Torloni) e Leila (Silvia Pfeifer), que provocou a morte de uma das personagens. Já em ‘América’, de 2005, Júnior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro) gravaram a cena de beijo entre os dois. Mas a Globo não exibiu.

“O primeiro beijo gay da televisão eu posso dizer que fui eu que fiz. Foi gravado e estava lá. Só não foi ao ar”, disse a autora da trama, Glória Perez.

Tiago Santiago promete ousar mais. Ele pretende escrever uma cena de sexo para as protagonistas do beijo, mas a decisão será do público por meio de uma enquete. “Isso só vai acontecer se o público votar para Marina ficar com Marcela”, diz.

fonte: O Dia Online

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